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Manejo de pragas e importância para cereais de inverno

Após a colheita da safra de verão, muitos produtores iniciam os preparativos para a implantação de uma cultura de inverno como o trigo, a aveia, o triticale e a cevada. Esses cultivos, por sua vez, são mais comuns no sul do país, onde as condições climáticas permitem a possibilidade de sua implantação. A utilização destes cereais de inverno traz diversos benefícios para o sistema produtivo como um todo, como manter o solo encoberto, a rotação de culturas, a palhada remanescente e a exploração do solo com sistemas radiculares diferentes. Entretanto, vários fatores podem afetar o desenvolvimento das culturas de inverno, como a má distribuição hídrica, nutrição do solo deficiente ou o ataque de pragas e doenças.

As culturas da safra de inverno podem alcançar elevadas produtividades, no ano de 2020/21, a produção de trigo tem gerado grande expectativas nos produtores, com indicadores mostrando um possível aumento de 300 mil toneladas em relação à safra anterior, com isso o país chegaria a marca de 5,5 milhões de toneladas do cereal, porém realizar um manejo eficiente das pragas é essencial e  impacta diretamente nos rendimentos.

Os principais insetos pragas causadores de danos variam com relação à cultura utilizada, esses atacam as plantas tanto na parte aérea quanto no sistema radicular, podendo também causar injúrias nas sementes. Na cultura do trigo, os corós possuem uma grande importância, eles consomem sementes, raízes e parte aérea, podendo causar elevados danos. Todavia, outras espécies causam perdas na cultura, como, lagartas desfolhadoras (Pseudaletia adultera, Pseudaletia sequax e Spodoptera frugiperda), percevejos (Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus) e pulgões. Os pulgões, além de causar uma redução no rendimento de grãos, possuem um elevado potencial de transmissão de viroses como vírus do Nanismo Amarelo dos Cereais e da Cevada.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema de manejo de pragas que associa o ambiente e a dinâmica populacional da praga e pode ser utilizado nesse contexto. O manejo integrado de pragas considera o uso de todos os métodos de proteção de plantas disponíveis e a integração de medidas apropriadas para manter o nível populacional da praga abaixo do nível de dano de forma econômica, ambiental e ecologicamente viável.

Dentro do MIP, o monitoramento é a base para que, depois, seja feita a tomada de decisão. Ele deve ser feito regularmente para que se conheça a densidade populacional ou nível de danos de uma praga na lavoura. Este monitoramento é realizado por meio de amostragens. Cada tamanho de área em hectares tem um número recomendado de pontos de amostragens. E cada ponto desses corresponde ao exame de determinado número de plantas, no mínimo 5 ou 6.

Após o monitoramento, é tomada a decisão sobre realizar ou não o controle da praga. Caso no monitoramento sejam constatados níveis de população ou de danos igual ou superior ao nível de controle, deve-se iniciar o controle. Porém, o controle é realizado apenas quando o nível de dano econômico é alcançado, ou seja, quando os danos causados pela praga são maiores que o custo empregado no controle.

As vantagens resultantes deste método são visíveis em lavouras que a empregam com eficiência, no geral, pode-se dizer que o Manejo Integrado de Pragas mantém o agroecossistema o mais próximo possível do nível de equilíbrio, visto que tudo na agricultura está integrado, a lavoura se torna mais sadia e sem os prejuízos das pragas, resultando em maiores produtividades, e por final, melhores rentabilidades, já que com o MIP é possível reduzir o uso de inseticidas.

Deste modo, o monitoramento e controle de pragas é uma técnica utilizada para diversas culturas e que deve ser amplamente difundida entre as culturas de inverno. O Manejo Integrado de Pragas, mostra-se uma ferramenta eficiente no controle de insetos causadores de danos na produção, possibilitando o agricultor alcançar elevadas produções e uma elevada rentabilidade.

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