Em anos de frequente inovação com novas tecnologias, o agronegócio tem se
reinventado em busca de alcançar altas produtividades e uma melhor gestão de
insumos, nesse sentido, principalmente a agricultura de precisão tem vivido um
crescimento muito grande. Um exemplo desse elevado desenvolvimento, pode ser
observado através dos números de novas Agtechs (Startups do ramo do agronegócio)
que tem surgido, em 2019, por exemplo o Radar AgTech Brasil identificou
1125 agtechs.
Contudo, a busca por qualidade, produção de alimentos e por sustentabilidade
vem sendo o grande desafio do agronegócio atual, ou seja, as pessoas estão
procurando conveniência, saúde, nutrição e qualidade. Estão cada vez mais querendo
saber a procedência dos alimentos consumidos. Nesse sentido, essas necessidades
têm norteado as inovações no meio agrícola nos últimos anos.
Roberto Okumura, formado em Ciência da Computação pela Unicamp e Eng.
Agrônomo pela Esalq/USP, descreve no artigo “Tendências 2020: agronegócios”, as
principais tecnologias que tendem a guiar o desenvolvimento rural. Dentre as
principais ferramentas destacadas, está a AgroIndústria, também conhecida como
Agro4.0.
A agricultura 4.0 surge da necessidade de otimização do sistema produtivo
agrícola e da geração de negócios mais eficientes, além de sua maior rentabilidade. A
partir do uso das novas ferramentas de informação é possível o acompanhamento em
tempo real da lavoura, assim como monitoramento de pragas, gestão de insumos,
além de possibilitar uma tomada de decisão mais assertiva e eficiente. Logo, a
agricultura 4.0, tem por objetivo modernizar e otimizar a produção agrícola, trazendo
um diferencial ao agronegócio.
As aplicações desta tecnologia são abrangentes, dentre essas podemos
destacar algumas possibilidades que trazem diversos benefícios ao sistema produtivo,
como a análise mais precisa do clima, facilitando a tomada de decisão quanto ao
manejo do solo, aplicações de defensivos ou até mesmo quanto à semeadura ou
colheita. Outra ferramenta com elevada importância que está inserida na agroindústria
é a agricultura de precisão. Esta, por sua vez, se baseia em informações mais
precisas, obtidas via satélite, que permitem realizar a gestão da produtividade em toda
a sua extensão, porém, levando em consideração cada espaço da lavoura
individualmente. Podendo assim fazer a aplicação de insumos de maneira exata, onde
realmente há necessidade, evitando desperdícios ou falta de aplicações.
Consequentemente, todas essas inovações levam diversas facilidades e
benefícios ao produtor, que por sua vez, tem a possibilidade de realizar a gestão das
informações da propriedade através da tela de um smartphone ou tablet, por exemplo.
Além disso, já existem softwares que fazem a leitura dos dados e permitem realizar
uma gestão apurada de toda a propriedade, facilitando a visualização dos custos e
despesas.
As instituições governamentais, por sua vez, têm cada vez mais estimulado a
criação e o uso de novas tecnologias para o campo, no ano de 2019, foi criada a
Câmara do Agro 4.0, que tem como intuito promover ações direcionadas para a
Agricultura 4.0, visando aumentar a produtividade, promover o acesso de ações de
expansão da internet no campo e apoiar o posicionamento do Brasil como exportador
de soluções de Internet das Coisas (IoT) para a agricultura.
Portanto, a agroindústria já não é mais coisa do futuro, pelo contrário, o uso de
tecnologias com o objetivo de produzir no campo é uma tendência irreversível. Muitas
medidas têm sido tomadas nesse sentido e o setor tem se desenvolvido grandemente,
porém o Brasil ainda carece de maiores incentivos a fim de alcançar principalmente os
pequenos e médios produtores.