Consoagro Consultoria e Soluções em Agronomia Jr.

O manejo integrado de pragas (MIP) do milho

O manejo integrado de pragas (MIP) do milho é baseado na amostragem das populações de insetos praga e inimigos naturais das pragas presentes na cultura, onde o controle de pragas só é efetuado caso a mesma venha a causar danos econômicos à cultura, deixando de lado as aplicações calendarizadas, permitindo uma tomada de decisão mais consciente, assertiva, e melhorando aspectos econômicos e ambientais da propriedade.

A amostragem é feita da seguinte forma: 5 amostras de 20 plantas em 10 hectare, 8 amostras de 20 plantas de 11 a 30 hectare, e 10 amostras de 20 plantas em 30 hectares ou mais, respeitando o limite de 100 hectares.

Esse monitoramento admite que possa haver uma quantidade mínima de pragas na lavoura, quantidade a  qual não causa quedas de produtividade e prejuízos. A partir do momento que a amostragem a campo ultrapassa esse limite de pragas, é então feito o controle. O controle deve ser feito de maneira que sejam utilizados inseticidas específicos para cada praga, com intuito de controlar a população apenas das pragas prejudiciais, mantendo assim as populações de inimigos naturais e o equilíbrio do ecossistema, o que tornará mais estável as relações praga – predador, culminando em  um maior equilíbrio do sistema agrícola, e na diminuição da incidência elevações grotescas na população de pragas. Além do uso de produtos químicos seletivos, recomenda-se que o agricultor realize sempre a rotação de agroquímicos pertencentes a diferentes grupos, para evitar problemas associados a resistência de pragas. Atualmente esse é um dos principais fatores relacionados a ineficiência desta estratégia de controle.

Outro fator vantajoso que o MIP traz  é a economia no custo de produção do milho, pois ao se iniciar o monitoramento, abre-se mão das aplicações calendarizadas, trazendo um decréscimo no uso de inseticidas e a diminuição do uso de máquinas e equipamentos na lavoura, o que acarretará em uma redução nos custos das hora-máquina (manutenção, depreciação, diesel, lubrificante, etc.), além de um menor tráfego na lavoura, causando menos estresse da plantas evitando a compactação do solo.

Há várias maneiras de classificar as pragas que atacam determinada cultura, uma usual classificação é a parte ou estádio de desenvolvimento que essa praga causa danos, esses insetos-pragas podem ser classificados em: Pragas primárias  e pragas secundárias.

Pragas primárias: lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), a broca-do-colmo (Diatraea saccharalis), a lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) e Corós-do-milho (phyllophaga spp).

Pragas secundárias : percevejos (Dichelops spp.), Larva-angorá (Astylus variegatusa) larva-alfinete (Diabrotica speciosa) e a larva-arame (Conoderus scalaris), Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis).

Passos e métodos de prevenção e controle utilizados no MIP do milho:

  • Controle biológico: Vespinhas ( Telenomus remus e Trichogramma) e baculovírus principalmente no das de lagarta-do-cartucho.
  • Monitoramento semanal da lavoura.
  • Manter atualizado o histórico das principais pragas incidentes na lavouras nas últimas safras.
  • Utilização de cultivares de milho menos suscetíveis, ou com tecnologia Bt.
  • Controle de plantas daninhas que podem ser hospedeiras.
  • Não fazer duas safras consecutivas de milho e evitar milhos voluntários na safra seguinte.
  • Adubação verde com plantas que não sejam atacadas pelas pragas.
  • Deve-se aplicar inseticida apenas quando a praga atingir nível de controle.
  • Preferência para controle biológico com inimigos naturais dos insetos-pragas, caso não seja possível controle biológico, usar defensivos de ação restrita apenas a praga que deve ser controlada.
  • Após aplicação de defensivo o monitoramento na lavoura deve persistir.

O controle químico é um importante método para o controle de insetos-pragas tanto nos milhos cultivos na safra e os milhos cultivados na segunda safra (safrinha), devido a sua facilidade e rápida visualização no controle. Contudo, não podemos apenas nos prender a um único método de controle, pois pode causar desequilíbrios e desenvolver resistências dos insetos aos defensivos agrícolas utilizados. Por essa razão o MIP é um conjunto mais eficiente de controle, pois utiliza vários métodos em conjunto  e uma menor aplicação de inseticidas.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Open chat