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Conheça dicas valiosas para um bom manejo de pastagem

O rebanho bovino do Brasil chegou a 214,7 milhões de animais em 2019, sendo o país que possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil é o principal exportador e o segundo maior produtor, de acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). Nesse contexto, a pastagem é a fração mais econômica da alimentação dos herbívoros, pois, além de ser produzida na fazenda, não precisa ser colhida, pois é consumida diretamente pelos animais.

Todavia, os produtores rurais precisam começar a desmistificar a ideia de que para se ter um melhor aproveitamento do pasto é necessário conduzir as pastagens naturais com lotação animal acima de sua capacidade de suporte. Dessa maneira, ressalta-se a importância de ter um manejo adequado dos pastos, conhecendo sobre as culturas forrageiras, adubação, monitoramento da altura do pasto, ajuste na taxa de lotação, entre outros métodos. Só assim os produtores poderão promover um pasto mais nutritivo e saudável para seu rebanho e, consequentemente, tendo uma produção mais lucrativa e rentável.

Com isso, listamos aqui algumas dicas valiosas para se ter um bom manejo de pastagem:

1. Escolha da forrageira
Ao escolher a planta forrageira deve-se salientar que não existe uma única espécie ideal para todas as condições, por exemplo: as plantas forrageiras mais produtivas são altamente exigentes em fertilidade do solo e manejo. Deve-se saber como a forrageira está dividida em folhas, talo e raiz, onde está a gema apical, como se comporta o perfilhamento do capim e como está sua reserva de nutrientes.

2. Monitoramento da altura do pasto
Indica a intensidade da desfolha e permite a identificação de uma altura ideal de resíduo que será capaz de rebrotar e restabelecer o pasto. Para que a altura do pasto esteja dentro do recomendado, é preciso controlar a quantidade de animais por hectare. Se a lotação for muito alta, os bovinos perdem desempenho e emitem mais metano por área, assim como o pasto diminui sua capacidade de contribuir para fixação do carbono no solo. Por outro lado, quando a taxa de lotação é baixa, a ingestão de forragem por unidade de área é reduzida e a colheita não se torna muito efetiva. Isso implica em uma deficiência de biomassa para o próximo ciclo, aumentando as despesas do produtor rural.

3. Ajuste na taxa de lotação

O ajuste na taxa de lotação impede que o produtor sofra com o subpastejo – poucos animais para muito pasto, no qual ocorre o desperdício de forragem. A produção por animal torna-se máxima pela oportunidade de seleção de alimento, mas a produção animal por área é baixa pelo pequeno número de animais na pastagem.

Outro problema que o ajuste impede é o superpastejo, que além de compactar o solo e a forrageira, não permite a rebrotação da mesma. Nesse caso, onde há o excesso de animais na pastagem, a produção animal pode ser comprometida e a pastagem degradada.
A maneira mais prática para tentar atingir a situação de pastejo ótimo é considerar a altura de pastejo do capim na entrada e na saída dos animais da pastagem e, no caso do pastejo sob lotação rotacionada, considerar o período de descanso específico de cada capim.

4. Adubação das pastagens
O primeiro passo é realizar uma análise de solo para saber o quanto precisa aplicar de nutriente em determinado piquete. Não tem necessidade de coletar amostras de todas as áreas, uma coleta de uma variedade e outra coleta com outra forrageira já é suficiente. Logo, o produtor rural deve entender as necessidades de cada planta forrageira que ele cultiva, pois variedades distintas têm exigências diferentes de adubação. A adubação correta irá garantir que a forragem possua os nutrientes suficientes para crescer e acumular biomassa.
Uma observação muito importante é que regiões subtropicais e tropicais possuem solos ácidos, pH baixo, baixa saturação por bases e teor de fósforo baixo.

5. Escolher o método de pastejo adequado para sua propriedade.
A pastagem contínua é utilizada durante todo o ano, sem período de descanso. Para esse tipo de pastagem existe a taxa de lotação fixa e a taxa de lotação variável. A taxa de lotação fixa não é muito utilizada, pois não permite controle algum sobre a estrutura do pasto e também deixa a forragem com baixa qualidade e quantidade. Já a taxa de lotação variável permite o controle da estrutura do pasto.
No pastejo rotacionado a pastagem é subdividida em piquetes (áreas menores) que são utilizados um em seguida do outro, determinando períodos de ocupação e descanso da pastagem.
Já o pastejo diferido consiste em selecionar determinadas áreas e vedá-las no final do verão para serem utilizadas no período de escassez da forragem.

6. Irrigação das pastagens
Para qualquer região, recomenda-se a análise do balanço hídrico climatológico e das séries históricas de precipitação da região, o que permitirá visualizar a frequência e a duração dos períodos de estiagem de cada local para assim introduzir a irrigação na sua propriedade.
O estado do Paraná caracteriza-se em sua maior parte pela ocorrência de inverno seco e verão úmido, com estiagens ocasionais mais pronunciadas em locais específicos, nos quais a prática de irrigação complementar deve ser cogitada. Já na região Nordeste, por exemplo, as baixas taxas de precipitação anual tornam necessária irrigação durante todo o ano.

Em síntese, existem inúmeras medidas que devem ser consideradas pelo produtor para ter um bom manejo da sua pastagem. Ficou com alguma dúvida? Precisa de ajuda com o manejo do seu pasto? Acesse nosso site e preencha o seu cadastro ou entre nas nossas redes sociais e converse com um dos nossos colaboradores. Estamos disponíveis para ajudar a deixar seu pasto mais nutritivo e aumentar a sua produtividade!

Escrito por Nathalia Schiavo Gonçalves

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