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Quais olerícolas tem maior importância e demanda no período de pandemia e pós pandemia no Brasil?

A olericultura é uma área dentro da horticultura que engloba as
hortaliças, plantas essas normalmente de ciclos biológicos curto,
permitindo sua colheita várias vezes ao ano. Gerando assim uma boa
rentabilidade em pequenas áreas quando comparado à grandes culturas,
como soja e milho, por exemplo.
Muitos confundem olericultura com horticultura, mas como já citado, as
olerícolas são plantas herbáceas de ciclo normalmente curto, e a
horticultura abrange um grande grupo de culturas comestíveis e
ornamentais.
As hortaliças são alimentos que apresentam vitaminas e sais minerais,
além de conter alguns nutrientes que auxiliam o corpo a combater
substâncias cancerígenas, sendo ingredientes importantes na dieta diária
da população e com a demanda crescente. Entretanto, a mesma busca
hortaliças em perfeito estados nos supermercados, e aquelas
consideradas “inferiores”, devido a defeitos aparentes, que eram
direcionadas à restaurantes e outros lugares, não conseguiram ser
comercializadas.
Dentre as olerícolas mais consumidas no Brasil, podemos citar: o tomate,
a cebola, a cenoura, o repolho, a alface, a abóbora, o chuchu, o
pimentão, o alho, a beterraba e batata-doce. Já a fruta mais consumida é
a banana, embora ela não apareça na lista das cinco frutas mais
vendidas.
A produção comercial de hortaliças é uma das atividades rurais que
concentra maior índice de pequenas propriedades e de agricultores
familiares, contribuindo com a agricultura familiar. A comercialização
desses produtos é feita em diferentes canais, como as centrais de
distribuição (CDs) das grandes redes de supermercados, mercados
menores, sacolões, feiras livres, restaurantes,  no setor de compras
públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e/ou nas centrais de
abastecimento (Ceasa, Ceagesp).
Neste novo cenário de 2020, segundo a Embrapa, observou-se um
aumento expressivo na procura por hortaliças nos supermercados.
As feiras livres são um meio de sustento de muitas famílias agricultoras,
entretanto, essas não foram permitidas nesse ano devido à pandemia.
Os produtores de hortaliças folhosas, notadamente a alface, por ser um

produto mais perecível, foram muito prejudicados. Assim, muitos
começaram a reinventar-se, criando alternativas de comercialização
como a entrega de produtos utilizando delivery, drive-thru ou take-out
para escoar parte da produção. Agora, em alguns lugares as feiras livres
começaram a serem flexibilizadas, podemos considerar como um “novo
normal”, até que o vírus possa ser controlado, mas mesmo assim, com
certeza o mundo não voltará a ser como era antes. Por exemplo, o uso
de redes sociais, principalmente o WhatsApp, criando um contato entre
produtor e cliente, possibilitando e facilitando o fluxo de produtos, essa
foi uma inovação muito importante e positiva.
“A crise causada pelo novo coronavírus tem impulsionado, em algumas
regiões, o consumo de produtos sem agrotóxicos, principalmente para
aquelas pessoas de maior poder aquisitivo. Assim, acredita-se que esta
crise possa abrir de novo a discussão em torno da importância de um
consumo e de uma agricultura mais sustentáveis.” (EMBRAPA, 21/05/20)
Ainda, segundo a Embrapa, os que comercializam pelo PNAE têm
enfrentado dificuldades de comercialização, já que as escolas foram
fechadas, mesmo que várias prefeituras tenham direcionado parte das
entregas para hospitais, asilos e creches. Também se pode-se verificar
algumas ações de órgãos governamentais para auxílio a esses
produtores, minimizando assim, os efeitos negativos da pandemia no
setor. Uma delas foi a Lei 13.987/2020, que autoriza a distribuição de
alimentos adquiridos pelo PNAE às famílias dos estudantes da rede
pública durante o período de suspensão das aulas. Muitas das crianças
de famílias mais pobres têm acesso às hortaliças principalmente nas
escolas, e com o cancelamento das aulas, certamente o consumo de
hortaliças por essas crianças foi drasticamente reduzido.
A pesquisadora Maria Thereza Pedroso diz que os diferentes agentes
econômicos das cadeias que produzem hortaliças, em face dos
crescentes prejuízos em suas atividades causadas pela crise do novo
coronavírus, poderão ser forçados a reduzir drasticamente os
investimentos e, até mesmo, paralisar as suas atividades, diminuindo a
oferta de hortaliças, e sob um cenário mais pessimista, poderá ocorrer o
desabastecimento de diversas mercadorias do setor nos próximos
meses. Finalmente, a retomada repentina à vida normal pode ser
bastante crítica no sentido de um possível desabastecimento de algumas
hortaliças, assim como a incerteza de um “abre e fecha” do comércio,
talvez o pior cenário para os diferentes elos das cadeias produtivas de
hortaliças.
Logo, podemos concluir que 2020 tem sido um ano de grandes desafios
e mudanças para o mundo todo. Sabemos que o desemprego, a miséria

e a fome vêm aumentando. Muitos, mesmo passando mais tempo em
casa, não são consumidores de hortaliças devido às péssimas condições
sociais que temos em nosso país. Crianças que dependem do alimento
da escola, não tem mais, mesmo tendo leis que direcionem esses
alimentos do PNAE para os mais carentes, sabemos que isso não chega
a todos. Produtores rurais, vem sofrendo perdas, dentre outras situações
pessimista. Mas, sabemos também que há um público que aumentou seu
consumo de hortaliças, inovações foram criadas para tentar conter a
piora da crise, contribuindo para a boa alimentação da população e a
produção de hortaliças no mercado.

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